terça-feira, 19 de maio de 2009

A que ponto chegamos

Mesmo com dois brasileiros no páreo, o Brasil apoiará oficialmente o egípcio Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram preteridos o diretor-adjunto da Unesco, Marcio Barbosa - com grandes chances de ganhar a eleição, prevista para setembro -, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

A opção por Hosni foi confirmada pelo Itamaraty, que, na avaliação de aliados do governo, estaria desagradando não apenas à comunidade científica nacional, mas a parceiros importantes, como EUA, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China, que já teriam declarado apoio ao brasileiro Barbosa.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não apresentou candidato à direção da Unesco porque não era uma vitória "líquida e certa" e por entender que "seria a vez de ter um candidato árabe". O atual diretor-adjunto da Unesco, o brasileiro Márcio Barbosa, era o potencial candidato, mas o Itamaraty preferiu anunciar apoio ao ex-ministro da Cultura do Egito Farouk Hosni, acusado de antissemitismo por afirmar que queimaria livros em hebraico. Em 2006, ele já havia irritado clérigos muçulmanos ao criticar a exigência do hijab, o véu usado pelas islâmicas.

- Gente, temos que ter coerência na nossa política externa. Pode não agradar a certas pessoas. Mas vamos continuar agindo assim, com coerência - disse o ministro Celso Amorim.

- É uma decisão política, de Estado, em função de uma política de aproximação com o mundo árabe. O grupo árabe nunca teve (candidato), diferentemente do grupo das Américas, do grupo da Europa, até do grupo da África.

Coerência, para Amorim, é o interesse geopolítico do Brasil. Barbosa disse que a candidatura egípcia era uma "piada".

Fonte: Jornal O Globo

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Numa coisa o Ministro das Relações Exteriores (leia-se Relações Explosivas) Celso Amorim tem razão. Ele age com coerência. É um lambão coerente. Nunca vi essa figura dizer ou fazer algo que preste. Quando é para agir firme, no caso da Bolívia e do Equador, mete o rabo entre as pernas. E quando tem a chance de agir de forma a evitar conflitos, cria polêmica desnecessária em função de pretensas ideologias de muito mal gosto.

Nós estamos mesmo muito mal servidos de ministros.

"Presidente Chavez, lá no Brasil ninguém vai com a minha cara!"

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